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sábado, 17 de julho de 2010

Aquecimento Global: países não cumprirão metas

Todo mundo deve ter uma meta, um objetivo na vida a ser seguido. Criar metas faz parte de toda pessoa responsável e preocupada com seu futuro. Países também criam metas mas na grande maioria dos casos são esquecidas. Claro, existem alguns exemplos de sucesso, como metas de inflação do BC brasileiro, metas de crescimento do governo Chinês e metas de redução de emissão de dióxido de carbono da Alemanha. E todo sucesso no respeito à metas se dá pela vigilância ao cumprimento pré-estabelecido, pela seriedade e controle dos atos e sobretudo pela vontade de atingir as metas.




Nos últimos meses a imprensa vem noticiando sobre as decisões políticas que envolvem tecnologias limpas no combate as emissões de CO2. O Brasil se comprometeu a reduzir algo em torno de 36,1% a 39,8% das emissões de 2020 em relação a 2005. A China se comprometeu a reduzir as emissões por produto fabricado (que por projeção poderia chegar a 47% em 2020) e os EU A 17% de redução em 2020. Parabéns aos governos, excelente a inciativa. Só uma pergunta não foi colocada em lugar algum: Quanto isso vai custar ao mundo? Quem vai pagar por isso? O mundo realmente está disposto a gastar para uma vida melhor?

Bem, construímos um modelo baseado em sistemas dinâmicos, com apenas três variáveis: emissão de CO2, quantidade de florestas e PIB (produto interno bruto) dos países europeus.

Com isso, foi possível colocar custos e “criar” duas espécies de possíveis controles das emissões. Uma delas nós chamamos de investimento em tecnologia limpa e a outra de investimento em reflorestamento. Então utilizamos da “teoria de controle ótimo” para encontrar formas possíveis de se atingir algumas metas.

A estratégia ótima mostrou-se bem interessante. Primeiro todo governo deveria incentivar o reflorestamento, com leis de combate ao corte ilegal, contra as queimadas ilegais e plantar novas regiões de florestas. Isso seria o primeiro passo para cortar emissões de forma ótima. Mas não é só isso. Na figura a seguir, mostra que a segunda forma de controle, e de forma paralela à primeira seria começar com investimentos baixos em tecnologia limpa e ir gradativamente, a medida que a área de floresta for consolidando, aumentando o incentivo à leis, ao desenvolvimento de novas fábricas baseadas em tecnologia limpa.

E quanto irá custar a Europa? Bem, primeiro o que é medida de custo? Pouco está sendo dito sobre o que se mede em termos de custo. Diversos estudos acadêmicos monitoram e medem custos da emissão de CO2 por toneladas. Cenários podem variar de US$ 50 a US$ 200 por toneladas/por ano. Segundo fato que pouco se diz: Qual tipo de emissão vai se medir? A emissão total, a medida baseada em ppm (particulas por milhão) e qual o custo? Bem, tivemos essa preocupação também e só para resumir aí vem a parte que nem governo, nem imprensa comenta:

(1)Se o custo para a tonelada de CO2 for US$48/ano, o custo anual para a Europa para reduzir 5% das emissões a níveis de 1990 (protocolo de Kiotto) será de 5 trilhões de dólares.

(2) Se o custo para a tonelada de CO2 for US$20/ano, o custo anual é de 4,7 trilhões de dólares para a redução de apenas 5%.

(3) E se tivermos uma crise grande com recessão, e o cu sto cair para US$12/ano por tonelada de CO2, a Europa terá que desenbolsar 1,5 tilhão de dólares todo ano.

Bem, considerando que a atual crise financeira, se estima que foram gastos 10 trilhões de dólares ao redor do mundo, será que os países vão gastar esse montate de recursos para atingir metas?

É só tragédia? Não, o que deve ser feito é uma discussão séria sobre formas de controle e atuação, pessoas atuando severamente em cada nível de combate ao desmatamento, incentivos verdadeiros para pequenas empresas produzirem novos tipos de células de energia, novos tipos de aquecimento solar, novos tipos de carros, um novo tipo de vida. Os governos vão querer?

*Por Marco Leonel Caetano, professor do Insper e autor do site Mudanças Abruptas

2 comentários:

  1. Muito bacana essa nova postagem do blog... muita criatividade continuem assim....

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  2. É tão mais simples a prevenção do que o combate, então porque será que as pessoas complicam tanto? As pessoas precisam se educar!!!Parabéns pela iniciativa. Luciana Campos

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