Páginas

Relogio

terça-feira, 15 de junho de 2010

De onde vem o lixo?


Tudo que consumimos - bens de consumo e alimentos - provém de matéria-prima fornecida pela natureza. O ferro, cobre, alumínio, aço, entre outros são essenciais na industrialização de latas para embalagem, automóveis, eletrodomésticos, móveis, e muito, muito mais. Da madeira proveniente das diferentes espécies de árvores, são fabricados móveis, revestimentos de pisos, palitos de dente e fósforos, além é claro da confecção de papel e papelão. O petróleo é a fonte principal de matéria-prima para produção dos plásticos. A nossa alimentação é obtida das diferentes atividades agrícolas e pecuárias.

Assim nossa sobrevivência depende de tudo que a natureza nos dá.

1. PLÁSTICOS

A origem da palavra plástico vem do grego plastikós, que significa: adequado à moldagem, por se tratar de um material bastante flexível, podendo ser facilmente moldado.
A matéria-prima dos plásticos é o petróleo, e a fabricação de materiais plásticos absorve hoje cerca de 3% da produção mundial do petróleo, ou seja, o equivalente a 100 mil toneladas/ano.
O petróleo é retirado do interior das rochas, nas camadas subterrâneas do solo e sua formação demora milhões e milhões de anos, e tem sua origem a partir de restos animais e vegetais, mortos em decorrência das transformações e mudanças climáticas pelas quais o planeta passou.
O inglês Alexander Parkes produziu o primeiro plástico em escala industrial, em 1862, e por sua durabilidade e leveza, tornou-se rapidamente num dos maiores fenômenos da era industrial.
Atualmente, o plástico é utilizado nos vários campos da ciência e tecnologia e em quase todos os setores da indústria. Seu consumo excessivo poderá em breve levar à exaustão as reservas de petróleo hoje conhecidas.
Embora existam depósitos ainda não explorados, sabemos que as fontes disponíveis na natureza são limitadas, sem possibilidade de reposição durante muitos séculos.
O plástico apresenta muitas diferenças na sua composição química, o que dificulta sua reciclagem, por esse motivo, os fabricantes imprimem símbolos nas embalagens recicláveis, de acordo com sua característica, auxiliando a sua identificação.


2. PAPEL

A palavra papel, surgiu do termo grego Papyrus, e significa o nome científico de uma planta conhecida como junco.
Sua origem é de 300 a.C. no Egito, com a confecção do papiro. O invenção papel que hoje conhecemos, é do ano 105 da nossa era, e é atribuída a um chinês. Em 1744 com a descoberta do cloro tornou-se possível produzir papel branco com qualquer madeira, e em 1799 inventaram a máquina de fazer papel.
Para se fabricar o papel são necessários: muita água, energia e fibra de celulose, que é obtida a partir da madeira e do papel velho, sendo que a madeira - proveniente principalmente dos eucaliptos - é sua mais importante fonte.
Apesar de reflorestado, o eucalipto é uma árvore que leva muitos anos pra crescer, para poder ser transformado em papel, e são necessárias muitas árvores para fabricar todo o papel que consumimos e... jogamos fora.
Se olharmos ao nosso redor vemos a importância do papel em nossa vida: livros, cadernos, revistas, jornais, papel higiênico, caixas e até mesmo o dinheiro.
No Brasil o consumo de papel e papelão gira em torno de 4 milhões de toneladas/ano, e apesar da existência de uma infinidade de classes de papel, o papel usado, assim como o papelão podem ser reaproveitados várias vezes, sendo atualmente reciclado 1,5 milhão de toneladas de todo o papel produzido no Brasil.

3. VIDRO

A origem do vidro é bastante incerta, conta a lenda que o vidro foi descoberto ocasionalmente há 4 mil anos por navegadores fenícios, que ao fazerem uma fogueira na praia para preparar seus alimentos: a areia, o salitre e o calcário das conchas reagiram ao calor, formando então uma liga transparente.
Conta-se também que outros povos - da Mesopotânia e Egito - conheciam e utilizavam técnicas rudimentares de fabricação de vidro para confeccionar contas, jóias e adornos pessoais, sendo os egípcios os primeiros a utilizar o vidro para guardar líquidos.
Já o método de soprar o vidro, utilizado até hoje, foi inventado pelos artesões sírios, e de lá pra cá a indústria do vidro se desenvolveu rapidamente.
A matéria-prima básica para sua fabricação é a areia e o calcário, e sua extração causam uma série de problemas ao meio ambiente como: desmatamento, erosão, desgaste do solo e assoreamento dos rios.
As embalagens de vidro têm como vantagem o fato de serem transparentes, impermeáveis, de conservar o aroma e o sabor, além de apresentarem durabilidade, assim são muitíssimo utilizadas como vasilhames para bebidas, produtos comestíveis, medicamentos, perfumes, cosméticos, e outros artigos como: copos, pratos, xícaras, lâmpadas, e mais uma infinidade de objetos.
Porém o vidro é um produto 100% reciclável, independente de estar inteiro ou em cacos, porque para reciclar seus cacos são fundidos novamente, dando origem a novos produtos. Além disso, embalagens de vidro podem ser reutilizadas muitas vezes.
Como para sua fabricação o consumo de energia é muito grande, a maior contribuição dada pela indústria da reciclagem de vidro, não é a economia de matérias-primas e sim a de energia na forma de combustível, gás natural ou mesmo eletricidade.
Só para se ter uma idéia a energia economizada com a reciclagem de uma única garrafa dá para manter acesa, por 4 horas, uma lâmpada de 100 watts.

4. LATAS

As latas tanto podem ser de aço, produzidas com chapas metálicas conhecidas como folhas-de-flandres, compostas por ferro e uma pequena parte de estanho ou cromo; ou de alumínio, obtido a partir de um minério chamado bauxita.
Ambos são metais extraídos da natureza, assim como chumbo, cobre, ouro e prata. Existem também alguns metais que apresentam características diferentes, é o caso do mercúrio, que é líquido, e do sódio, que é bastante leve.
O uso do metal é bastante antigo, e utilizado desde a antiguidade, com ele eram fabricados diversos instrumentos como lanças, espadas, capacetes, enfeites pessoais e outros.
Como conduzem bem o calor e a eletricidade são transformados também em fios; e apesar de serem sólidos, é muito fácil lidar com os metais, o que possibilita a produção de uma infinidade de objetos, desde talheres a automóveis, barras e chapas metálicas para construção civil, até canhões e maquinários para indústrias.
Mas voltando as latas empregadas para embalar alimentos, inseticidas, tintas ou como embalagem para bebidas, conta-se que as latas de aço, teriam sido inventada a pedido de Napoleão Bonaparte, para que seus soldados pudessem levar alimentos para as guerras sem problemas de conservação.
Já o uso das latas de alumínio é recente, foi introduzida no país ao final da década de 80, para atender as indústrias de cerveja e refrigerantes; o alumínio é assim considerado um metal do século XX.
A industrialização do alumínio exige um consumo enorme de energia, por isso a princípio seu uso comercial era bastante restrito e só se tornou possível após o aparecimento das usinas hidrelétricas, quando a eletricidade ficou mais acessível. Para se ter uma idéia a indústria do alumínio consome aproximadamente a décima parte da energia elétrica gerada no país, ou ainda a energia usada para se fabricar uma única latinha descartável daria para manter uma televisão ligada durante aproximadamente três horas, o Brasil produz cerca de 64 milhões de latinhas por mês, e o consumo médio é de 10 latinhas/ano por brasileiro.
Imagine a quantidade de energia desperdiçada com as centenas de embalagens jogadas no lixo.
A reciclagem do alumínio, além de reduzir o lixo que vai para os aterros, proporciona economia de energia elétrica e evita a extração da bauxita.
Hoje, com a evolução técnica dos processos de reciclagem é possível que uma latinha seja colocada na prateleira do supermercado para venda e após seu consumo, seja reciclada e transformada em uma nova lata a ser novamente comercializada, em apenas 42 dias.
Fonte:

Livro: 50 coisas simples que as crianças podem fazer para salvar a Terra. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 2002.

Livro: Lixo: de onde vem? Para onde vai? Francisco Luiz Rodrigues e Vilma Maria Cavinatto. São Paulo: Editora Moderna, 1997.

Coleção Reciclagem e Ação. 5 Elementos - Instituto de Educação e Pesquisa Ambiental. São Paulo - SP.

Cadernos de Reciclagem 3 - Coleta Seletiva nas Escolas. CEMPRE - Compromisso Empresarial para a Reciclagem. 1993
15/06/2010

Um comentário:

  1. Olá caro colega Aílton, tudo em paz?
    Olha, gostei muito do texto postado no blog sobre o lixo, como também as fontes do qual voce tirou. Como você sabe sou estudante de Gestão Ambiental e estou começando a fazer minha monografia que é justamente sobre resíduos sólidos, principalmente sobre a coleta seletiva. Gostaria de saber como faço para adquirir este material do qual você usou como fonte na postagem, desde já agredeço a atenção.

    Daniel

    ResponderExcluir